Fernando J G Marinho
A informação abaixo foi colocada pelo nosso samideano Aloísio Sartorato na lista de debates http://br.groups.yahoo.com/group/ekipe ,
Domingo passado(04.05.2008), o Jornal do Brasil publicou uma reportagem intitulada "Quem tem medo do miguxês"?, tendo como subtítulo "Forma de escrita comum entre jovens internautas causa polêmica, envolvendo pais, filhos e professores".Nessa reportagem, o jornalista Paulo Marcio Vaz aborda a questão da linguagem dos jovens internautas, que estão criando uma outra língua portuguesa através de suas mensagens, às vezes, com expressões completamente incompreensíveis para pessoas de outras gerações.Colhendo opiniões de diferentes especialistas sobre o assunto, o esperanto acabou sendo citado por um deles, o filólogo Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras, que assim se expressou:"O filólogo Domício Proença Filho, da ABL, também não demonstra preocupação com o miguxês. Sobre o risco do miguxês se impor entre os jovens e, consequentemente, entre os adultos do futuro, Proença está seguro de que a ameaça é muito remota:-Não acredito nisso. Nossa língua é muito arraigada, baseada num contexto histórico. É muito difícil uma linguagem artificial se impor. Isso explica porque o esperanto não deu certo."
Em 1981, portanto, há quase três décadas, ao invés de afirmar que o esperanto não deu certo, preferi escrever um artigo que provocasse a reflexào dos leitores das publicações da Liga Brasileira de Esperanto, valendo-me da indagação: "O esperanto deu certo?"
Anos mais tarde, em 11.12.1999, voltei ao mesmo tema, publicando no Diário de Petrópolis uma reprodução parcial do citado artigo ( http://www.npoint.com.br/sementeira/dpartig31.html ). Depois de ler e reler por várias vezes o parecer do eminente filólogo Domício Proença Filho sobre o risco do miguxês se impor entre os jovens, acabei concluindo que ele, em nenhum momento, teceu críticas ã estrutura do esperanto ou ao movimento a favor da divulgação dessa língua. O que ele afirmou foi que "a nossa língua é muito arraigada, baseada num contexto histórico" e que "é muito difícil uma linguagem artificial se impor". Dificil não significa impossível. Quanto a afirmação de que o esperanto não deu certo, melhor seria ter evitado reforçar a opinião daqueles que acreditam no fracasso de um movimento que está mais vivo do que nunca. A propósito, recomendamos a leitura do Notíciário Esperantista, que o nosso amigo Fabiano Henrique distribue semanalmente e que temos a satisfação de retransmitir neste blog.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Marulo,
Não é apenas o Esperanto que sofre com a desinformação sistemática.
Vivemos num mundo dominado por elites sócio-económicas que usam a mídia como ferramenta de controle.
Nesse contexto, verdade e informações reais são irrelevantes, o que importa para a grande massa é o conhecimento fabricado.
Assim, por mais bem sucedido que seja o Esperanto, como ele não interessa a tais elites, sempre vai ser taxado de fracasso, assim como sistemas sócio-políticos alternativos, sistemas operacionais mais eficientes, conhecimentos científicos que discordam do status quo académico e culturas e religiões de menor representatividade.
É triste, mas é verdade: quando uma mentira é repetida ao extremo as pessoas passam a crê-la como verdade.
É um trabalho duro, mas é preciso combater essa mídia golpista e mutilatória, forçando sempre o caminho da verdade, mesmo que pareça impossível.
[]'s
Cacilhas, La Batalema
Postar um comentário